Alfredo
Guedes nasceu a 14 de Outubro de 1933 na freguesia de Santo Ildefonso no Porto.
Brincou no Largo da Fontinha e aprendeu a
escorregar na Rua das Musas.
Aos 10 anos foi inserido como vocalista do
agrupamento folclórico «Os Cavaquinhos do Norte» que então tinha sede na
Travessa das Musas.
Ouvia através da rádio o cantor italiano
Tino Rossi e este inspirava-o e atraía-o nas suas mais dilectas cantigas.
Aos 13 anos, enquanto trabalhava de aprendiz
na Litografia Nacional, um tal senhor Augusto Pereira, intérprete de fado
humorístico, surpreendeu-o a cantarolar e convidou-o a experimentar-se numa
sessão de fados a sério que tinha lugar aos domingos numa tasquinha de Clarão
de Sabugo, em Coimbrões. Testado e aplaudido nos três únicos fados que sabia, desde
daí nunca mais deixou de cultivar a tendência fadista que passou a tomar-lhe
conta de todos os seus lazeres e anseios.
Após ter participado em inúmeros
espectáculos, em 1958, iniciado profissionalmente na «Candeia» do Porto, foi
para Lisboa, onde actuou na «Adega Mesquita» e no restaurante típico «O Serão».
Regressando em 1961 de novo à «Candeia»,
passou à época pelas diversas novidades fadistas que iam surgindo na sua
cidade: «Casa da Mariquinhas», «Cozinha Real do Fado», «Arcadas Dom Vaz»,
«Pérola Negra», «Mal Cozinhado», «O Requinte», «Taverna de São Jorge e «Lisboa
à Noite».
Acumulando um repertório que se estabelece
em cerca de 300 interpretações, dentre as quais destaca empolgados momentos em
«Pomba Branca», «Olhai a Noite» e «Criança de Todos Nós», em 1967, incentivado
pelo poeta Torre da Guia para a inóspita aventura da «Rua-do-Heroísmo», Alfredo
Guedes é o primeiro a passar ao acetato os até aí interditos versos de António
Aleixo, os quais seleccionou e adaptou a diversas músicas do fado clássico.
Em 2008 e aos 74 anos, Alfredo Guedes é um
dos mais lídimos e considerados intérpretes de Fado no Porto, exercício em que
apresenta extremamente burilada a sua longa tarimba no ofício de dar a voz à
expressão dos sentimentos.
Ao longo da sua carreira artística
participou nos principais eventos fadistas da Invicta Cidade, incentivando,
organizando e promovendo concursos na qualidade de dirigente da Associação
Cultural dos Fadistas do Norte.
Curiosamente, sob o nº. 13.778 e com data de
1 de Maio de 1965, é detentor do cartão da Caixa de Previdência dos
Profissionais de Espectáculos.
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Alfredo Guedes deixou-nos em Fevereiro de 2015
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Alfredo Guedes deixou-nos em Fevereiro de 2015